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Vice-presidente da FENEP escreve sobre os desafios dos docentes no cenário atual
A formação de professores é um dos temas mais cruciais e delicados do nosso país. Recentemente, o Ministério da Educação homologou novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), que determinam que os cursos de licenciatura na modalidade a distância não podem ser 100% online, exigindo pelo menos 50% de carga horária presencial. Essa decisão reflete a necessidade urgente de garantir a qualidade na formação docente em um cenário educacional em constante transformação.
Os desafios que enfrentamos na formação de professores são significativos. Com 67% dos matriculados em licenciaturas optando pela educação a distância – segundo o Censo da Educação Superior 2023, é imperativo que não sacrifiquemos a qualidade em nome da conveniência. A experiência prática é fundamental para o desenvolvimento das habilidades necessárias para atuar em sala de aula. A interação entre teoria e prática, especialmente durante o estágio supervisionado, é essencial para preparar educadores que possam enfrentar os complexos desafios do ambiente escolar.
Além disso, a legislação atual precisa ser acompanhada por uma reflexão profunda sobre as realidades enfrentadas pelos professores nas escolas. Muitos ingressantes nas licenciaturas vêm de formações precárias na educação básica, o que exige que os currículos sejam flexíveis o suficiente para preencher essas lacunas. A formação continuada não deve ser um mero “tapa-buracos”, mas sim uma oportunidade para refletir sobre a prática docente e aprimorar as estratégias pedagógicas.
É vital que os futuros educadores desenvolvam competências que vão além do domínio do conteúdo. Precisamos formar professores capazes de identificar e lidar com questões socioculturais e educacionais complexas, promovendo uma educação inclusiva e diversificada. O papel do professor hoje vai além do transmissor de conhecimento; ele é, por princípio, um agente transformador, capaz de inspirar e motivar seus alunos.
A reflexão sobre a formação docente é uma questão de interesse nacional. O futuro (e o presente) da educação no Brasil depende diretamente da qualidade dos profissionais que atuam nas salas de aula. Se não investirmos hoje na formação adequada de nossos professores, corremos o risco de perpetuar um ciclo de baixa qualidade educacional que afeta gerações inteiras.
Portanto, é importante que todos os envolvidos no processo educacional – desde os agentes públicos até instituições formadoras, passando pelos gestores educacionais – unam esforços para garantir que as novas diretrizes sejam implementadas com rigor e compromisso. A educação é a base do desenvolvimento social e econômico do nosso país, e investir na formação de professores é investir no futuro do Brasil. É hora de tomarmos decisões corajosas em prol da qualidade da educação e da formação docente, garantindo que nossos professores estejam preparados para os desafios do século XXI.
Amábile Pacios é vice-presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) e ex-conselheira da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Fonte: https://www.fenep.org.br/o-futuro-da-educacao-brasileira-depende-da-formacao-de-professores-agora/
O post O futuro da educação brasileira depende da formação de professores agora apareceu primeiro em Blog Cebrasse.