PL toma conta da campanha de Topázio; informações de outras convenções, entre outros destaques

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Topázio perde o controle da própria campanha – Imagem: Divulgação/PL

A convenção que homologou a candidatura à reeleição do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), expôs a fratura causada na sua relação com o seu partido por causa da aproximação com o governador Jorginho Mello (PL). É um fato: Topázio mudou de turma, de time, de parceiros, e acabou abduzido por um PL que está disposto a tudo para ganhar a capital. O objetivo? A eleição de 2026.

O que o prefeito não enxerga é que a eleição não é mais dele. Perdeu tudo: desde o direito de se comunicar com quem quiser até o de definir o protocolo de sua própria convenção e, com isso, perdeu o protagonismo. Literalmente, a sua candidata a vice, Maryanne Mattos (PL), e simbolicamente Michelle Bolsonaro e Jorginho, tiraram o microfone de sua mão. Tomaram conta da festa. Resta saber se o governador forçou essa situação ou se a organização não conseguiu visualizar isso de forma antecipada. Aliás, que justiça seja feita: o marqueteiro Fábio Veiga, foi contra. Talvez previu o que acabou ocorrendo.

Fontes relatam que Jorginho não queria que o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), e outras lideranças pessedistas falassem no ato. Tem quem diga que o governador quis reduzir o tempo do evento; outras fontes afirmam que ele tentou evitar um comparativo de discurso entre o dele e o de Rodrigues. Como o PSD não aceitou, Jorginho combinou com a organização que ficaria na sala reservada ao PL até que João Rodrigues, e o presidente estadual do PSD, Eron Giordani, não estivessem mais no palco.

O evento no palco, que estava marcado para as 10h, começou por volta das 11h, horário do voo para Joinville, onde os pessedistas participaram da convenção do Novo. Rodrigues e Eron foram colocados para falar logo no início e ficaram até por volta das 12h10 por causa dos outros compromissos. Somente após eles saírem, Jorginho, que estava no local, aceitou subir ao palco acompanhado de Michelle. Conseguiu o que queria: evitar fotos dela com as lideranças do PSD.

A partir daí, acabou o ato para Topázio. Ele até falou, mas foi engolido por uma avalanche de PL. Detalhe: Michelle pouco mencionou quem deveria ser o nome principal da festa, somente Jorginho, que prometeu se dedicar pessoalmente à reeleição de Topázio Neto.

Um pouco de pragmatismo

Jorginho abraça a campanha de Topázio – Imagem: Divulgação/PL

O governador Jorginho Mello (PL) disse que se dedicará pessoalmente à reeleição do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD). Não é preciso ser um bom entendedor de política para saber o que está acontecendo. Jorginho não apoiará Topázio por achá-lo um bom gestor, e não estou fazendo juízo de valor; o foco é o apoio. Nem por assistir, antes de dormir, seus vídeos no TikTok e tampouco pelo bem da população. Jorginho apoia Topázio para ganhar a Prefeitura de Florianópolis, já que a considera estratégica para o pleito estadual de 2026. Ele já conta com Topázio no PL, que já estaria apalavrado. Pelo menos é o que corre nos bastidores. Ou se filia ou fica no PSD para ser uma voz divergente a favor da reeleição do governador. Portanto, é puro pragmatismo, jogada política que, por sinal, é legítima; o governador está fazendo o papel dele pensando em seu projeto. Agora, o que dizer de Topázio? Se o apoio de Jorginho é apenas uma parceria em que a contrapartida é a vaga de vice, por que se recusa a falar publicamente se ficará no PSD ou se irá para o PL? Que temor é esse de expor a verdade? O prefeito não percebe, mas o silêncio já é uma resposta.

Superestimada

Não tem como negar a força política do governador Jorginho Mello (PL). É uma das maiores lideranças do Estado; se não fosse, não teria chegado ao governo, apesar da força da onda. Mas o fato é que o prefeito Topázio Neto (PSD) erra ao apostar todas as suas fichas no liberal, sendo que, por mais forte que seja, Jorginho não é imbatível e nem determinante para uma eleição. Fosse assim, ele teria lançado Bruno Souza (PL) para a disputa em Florianópolis. A decisão de formar aliança com o PL, só não é equivocada por ter tirado um concorrente do jogo. Mas parece ter sido superestimada. Ainda mais por supostamente envolver acordos secretos para o pós-eleição.

Perde votos

A vinda a Florianópolis da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) praticamente sacramentou o distanciamento de todos os movimentos de esquerda contra o prefeito Topázio Neto (PSD) na eleição. Se, por um lado, o discurso é que o pessedista é de direita, o que de fato é, apesar de não ser bolsonarista nato; por outro, ele perde qualquer chance de obter voto dos 46,67% da população que votou no presidente Lula (PT) na eleição de 2022. É muita gente para ser desprezada pensando em um eventual segundo turno.

Exclusiva

Durante o dia, eu vou trazer um bastidor da Casa D’Agronômica envolvendo a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Como de costume, informação com exclusividade dos bastidores é aqui no SCemPauta.

Detalhes

Tanto é verdade que o PL tomou conta da convenção de Topázio Neto, que é filiado ao PSD, que ao ser levado ao palco, o prefeito de Florianópolis foi cercado por seguranças – membros do terceiro escalão – com camisas verdes do PL. Não havia identificados com o PSD. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi cercada pelo terceiro escalão do centro administrativo para que não pudesse se aproximar das lideranças que estavam no local. A situação foi criticada por deputados estaduais e federais do PL, que querem que todos os partidos de direita apoiem Jair Bolsonaro. Afinal, para vencer as eleições, o bolsonarismo precisa do apoio de todas as lideranças.

Escorregada

Uma fonte liberal me contou uma avaliação feita por algumas lideranças. A candidata a vice-prefeita, Maryanne Mattos, escorregou no discurso e deu sinais de dor de cabeça futura pelo deslumbramento. Vale lembrar que Maryanne era do PDT e tinha um forte discurso feminista, e agora se alinha ao bolsonarismo.

Adriano busca a reeleição

O prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), vai para a reeleição não somente como favorito. Ele também reúne a maior coligação de seu município, contando com o PSD, União Brasil, Republicanos, Podemos, Cidadania/PSDB e PRD. Ao abraçar uma forte coligação, Silva mostra que o Novo começa a mudar a sua mentalidade para se tornar um partido real, de acordo com o funcionamento do sistema político brasileiro de coalizão. Para isso, ele conta com o apoio de lideranças como o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), o presidente estadual do PSD, Eron Giordani, o ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (UB), os deputados estaduais Napoleão Bernardes (PSD), Ana Paula da Silva, a Paulinha (Podemos), Jair Miotto (UB), Sérgio Guimarães (UB), Marcos da Rosa (UB), Matheus Cadorin (Novo) e o deputado federal Fábio Schiochet (UB).

Força para decidir

O prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), contou com a sua aprovação junto à população para decidir como queria a sua coligação. Não abriu mão de repetir a dobradinha com Rejane Garbin (Novo), sua vice, mas entendeu a importância de uma forte aliança para dar mais robustez a um projeto de reeleição que já começou com boa musculatura.

Tramontin candidato

Tramontin e Alemão disputarão o pleito em Blumenau – Imagem: Jamile Cardoso

Em Blumenau foram homologados Odair Tramontin (Novo) como candidato a prefeito e Carlos Wagner, o Alemão (PSD), como candidato a vice. “Eu estou muito feliz com essa primeira experiência que temos com coligação. O PSD está participando desse trabalho de construção para que a gente implemente as propostas que sejam boas para a cidade”, declarou. Essa é a terceira eleição de Tramontin. Na sua primeira votação, o ex-promotor ficou fora do segundo turno por um pouco mais de 2 mil votos, quase tirando o ex-prefeito João Paulo Kleinubing da eleição. Ao Governo do Estado em 2022, Tramontin recebeu 22.120 votos em Blumenau, um pouco menos de 500 votos em relação ao então governador Carlos Moisés da Silva (Republicanos), que ficou em terceiro lugar.

Detalhe

Rodrigues discursando na convenção do Novo – Imagem: Jamile Cardoso

Ao contrário da organização da convenção de Florianópolis, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), foi uma atração nas convenções por que passou durante o final de semana, inclusive em Blumenau, Balneário Camboriú e Joinville, onde foi recebido como celebridade.

Juliana candidata

Juliana Pavan terá como vice Nilson Probst – Imagem: Divulgação

A vereadora Juliana Pavan (PSD) foi homologada pela convenção de seu partido como candidata a prefeita de Balneário Camboriú. Ela terá como candidato a vice o também vereador Nilson Probst (MDB). Os emedebistas chegaram a ir para uma disputa interna que teve que ser resolvida pelo presidente nacional, Baleia Rossi, que negou o pedido de intervenção feito pelo vice-presidente do diretório, Marcelo Achutti. Alguns partidos ainda podem se juntar à aliança.

DC, por exemplo

Carlos Humberto pai e filho devem apoiar Juliana Pavan – Imagem: Divulgação

O Democracia Cristã fez a sua convenção e contou com a presença da candidata pessedista a prefeita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan. Carlos Humberto Silva, pai do deputado estadual Carlos Humberto (PL), é o nome do partido para a majoritária; porém, pode se unir ao projeto de Juliana e Nilson Probst (MDB). Quem também pode fazer parte da aliança é o Novo de Lucas Gotardo e o Progressistas. Detalhe: o DC decidiu que só não coligará com o PT e com o PL.

Sofreu intervenção

Durante o evento do PSD em Balneário Camboriú, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), defendeu o nome do deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL), que foi retirado da disputa à Prefeitura pelo governador Jorginho Mello (PL). “A natureza daria como nosso candidato adversário, mas respeitado, porque faz política com dignidade. A natureza diria que quem estaria como candidato adversário seria o Carlos Humberto. Até ele sofreu a intervenção. Tiraram o raiz da direita, porque não admitiam a maneira respeitosa que ele faz política aqui em Balneário Camboriú. Trocaram por trocar. Isso não se faz em política”, afirmou Rodrigues.

Soratto é homologado

Soratto e Matiola foram homologados em Tubarão – Imagem: Divulgação

O deputado estadual Estêner Soratto Júnior (PL) entra como favorito na eleição à Prefeitura de Tubarão. Ele terá como vice o vereador Denis Matiola (PSD). “Uma nova história começa agora”, disse Soratto em seu discurso. O parlamentar é filho do ex-prefeito Estêner Soratto. A convenção também definiu a chapa de pré-candidatos a vereador do PL. Também integram a coligação os seguintes partidos: Podemos, PRD e União Brasil. Soratto ainda tenta atrair o MDB e o Republicanos.

Pedrão candidato

Pedrão e Pontes com o apoio de Amin – Imagem: Divulgação

O suplente de deputado estadual Pedro Silvestre, o Pedrão (Progressistas), foi homologado como candidato a prefeito de Florianópolis. Ele disputará com chapa pura, tendo como vice o coronel Marcelo Pontes. O PRD está na chapa, mas não indicou ninguém para a majoritária. “O Progressistas unificou o partido e volta às eleições em Florianópolis em grande estilo, com quase metade das candidaturas para a Câmara de Vereadores sendo mulheres, em homenagem à força e à competência da Dona Ângela, que foi a melhor prefeita de Florianópolis”, afirmou.

Venezuela – Uma observação

Todos sabem que o nosso trabalho no SCemPauta é direcionado à política e aos fatos de Santa Catarina. Mas vale um pequeno texto sobre a eleição na Venezuela, dado o número de imigrantes que vieram para o nosso estado. Pessoas que tiveram que deixar seu país por causa da miséria causada por uma ditadura irresponsável.

A Venezuela, de fato, sofre com o bloqueio econômico provocado por grandes potências. Mas é desonesto atribuir a miséria que tomou conta da população de um país tão importante apenas a esse fato, quando todos sabem que o maior culpado da tragédia social venezuelana é o chavismo. Ou pior, o madurismo.

Mas por afinidade ideológica, há quem defenda o que ocorre lá. Fala-se em transformação social, em luta contra o imperialismo. Ora, quem acredita nessa falácia?! Ser honesto intelectualmente é uma obrigação e, assim sendo, é preciso admitir que não existe ditadura do bem. Quem cobra a responsabilização dos que tentaram dar um golpe no Brasil, e tem que cobrar mesmo, não pode defender o tirano lunático do Nicolás Maduro, que comete os mais monstruosos crimes contra sua população para se perpetuar no poder. Seguirá nos próximos anos a brincar de eleição, enquanto os demais países cruzam os braços. Até mesmo quem o critica, nada faz de mais contundente para ajudar a população venezuelana a se libertar de uma ditadura perversa. E qual, não é?

Me solidarizo com os venezuelanos que aqui estão. Com certeza, foram dormir mais tristes, por entenderem que demorará para, os que quiserem, poderem voltar para seu país. Foram dormir desesperançosos, por verem um país tão importante, governado por um tirano irresponsável que está levando sua população à miséria. E foram dormir descrentes na política como uma ferramenta de transformação da vida das pessoas para melhor. A Venezuela é um bom exemplo do que um país não deve se tornar. É um recado para todos nós que, independentemente de direita ou esquerda, em uma ditadura, o maior perdedor é o povo. Inclusive aqueles que apoiam o ditador de plantão.

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