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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a falar sobre a Operação Verão, nesta sexta-feira (8), após entidades de direitos humanos denunciarem o governo do estado na Organização das Nações Unidas.
Durante coletiva, Tarcísio enfatizou que as ações estão sendo conduzidas pela polícia com inteligência e profissionalismo. E se manifestou sobre as denúncias feitas por funcionários da Secretária de Saúde de Santos sobre os corpos de mortos na Operação Verão na Baixada Santista, que foram levados como vivos para hospitais para evitar perícia.
“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, afirma o governador.
Tarcísio ainda negou que o governo recebeu denúncias de irregularidades e afirmou que vai ter apuração dos fatos.
“Tem uma questão de denúncia, vamos investigar. Agora, nós precisamos de fato saber o que realmente aconteceu. Não há nenhum interesse da nossa parte em confrontar ninguém. Nós tínhamos lá uma série de barricadas, na baixada que foram removidas. Locais em que o poder público não entrava. Hoje a gente retirou todas as barricadas. A gente está restabelecendo a ordem. Não existe progresso sem ordem”, reitera o governador.
Denúncias do MP-SP
O Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), abriu uma notícia de fato, nesta quinta-feira (7), para investigar a denúncia de que policiais militares teriam levado suspeitos já mortos para hospitais de Santos como se eles ainda estivessem vivos. A ação seria uma estratégia para evitar a realização da perícia no local das mortes. As denúncias foram feitas por funcionários da rede pública de saúde de Santos à TV Globo.
Segundo o MP-SP, as irregularidades teriam acontecido durante a Operação Verão, que foi deflagrada no começo de fevereiro após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, também em Santos. A ação já registra 39 suspeitos mortos.
Procurada pela CNN, a Secretaria de Saúde de Santos afirmou não ter conhecimento de qualquer coação sofrida pelas equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
O SAMU, segundo informações da pasta, presta os primeiros atendimentos no local do chamado e faz o transporte dos pacientes que necessitam de atendimento nos hospitais. Se chegar ao local e o óbito for constatado, o SAMU deve acionar o Instituto Médico Legal (IML), e não faz o transporte de pacientes que foram a óbito no local.
“Nenhum funcionário do serviço relatou a referida denúncia por meio dos canais de ouvidoria da pasta”, afirmou a porta-voz da secretaria ao confirmar que vai abrir uma sindicância para apurar o caso.
Já a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que os casos de mortes em decorrência de intervenção policial (MDIP) são investigados com rigor pelas polícias Civil e Militar, além do acompanhamento do MP e da Justiça de São Paulo.
“É importante reforçar que os casos de MDIP são consequência direta da reação violenta de criminosos à ação da polícia no combate ao crime organizado. A opção pelo confronto é do suspeito, colocando em risco a vida do policial e da população”, diz a secretaria em nota.
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