Presidente da Cebrasse avalia que Brasil gasta mais do que deveria com funcionários públicos

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Estudo recente do professor José Pastore da USP mostra, por exemplo, que os encargos trabalhistas chegam a 103,7% da remuneração de um celetista. No Brasil, os trabalhadores ganham pouco e custam muito. As empresas pagam 25,8% de impostos sobre os salários. Só para se ter uma ideia, a média de encargos dos países da OCDE é de 13,8%.

Por outro lado, cerca de 75% de tudo o que entra no caixa do governo federal hoje sai diretamente para o bolso de funcionários públicos, aposentados e beneficiários de programas sociais. O presidente da Cebrasse João Diniz avalia ainda que uma grande parcela dos recursos também vai para várias benesses “não só de empresários e principalmente de excesso de funcionários públicos extremamente bem remunerados, cheios de benefícios. E boa parte da população trabalha para sustentar tudo isso”, observa.

Os números confirmam a avaliação de Diniz. O Brasil tem 12 servidores públicos para cada 100 habitantes. A média da OCDE é quase o dobro disso, 23,48%. O problema é que se gasta 13,4% do PIB com o funcionalismo, enquanto a média da OCDE é 9,3%. Lembrando que esses países da organização oferecem serviços de alta qualidade. O Brasil gasta mais com servidores públicos do que a Suécia (12,7%), França (12,1%), Itália (9,5%) e Alemanha (7,5%).

Outro dado alarmante é que em 2023, o país gastou quase R$ 22 bilhões para manter 19 estatais deficitárias, com dinheiro suficiente para construir mais de 220.000 casas populares. Assim os 14 milhões de microempresários e 6 milhões de empresas que, junto com os 42 milhões de trabalhadores formais, pagam toda esta conta.

Para a mesma função, segundo o Banco Mundial, o trabalhador do setor público federal ganha 67% a mais do que o da economia privada. Também temos o Judiciário mais caro do planeta.

“Isso é um absurdo. Imagina se as coisas fossem bem administradas, fosse realmente no rumo certo? O quanto não sobraria para investimentos onde necessita, como infraestrutura, saúde, educação, coisas básicas e pesquisa que o Brasil investe muito pouco em universidade e pesquisa. E é essa razão aí do nosso atraso. Nós poderíamos ser seguramente a quarta ou quinta economia do mundo, se nós continuássemos crescendo nos ritmos que crescemos de 1930 a 80”, avaliou Diniz.

Quando o Brasil estava no eixo, as coisas andavam. Agora nós temos algumas políticas de Suécia e Dinamarca e não temos a arrecadação suficiente para propor isso. E nem uma cultura e não corrupção também, que tem outra parte que se vai desvios, não só em benesses para propiciar o crescimento necessário para o país.

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