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O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, vai usar o modelo de consenso que funcionou no G20 do Brasil para fechar o comunicado final. A ideia é que, quando se atingir um “consenso amplo”, que chamou de “consenso suficiente”, a declaração deve sair. Ao JOTA, ele disse que assim se evitam os “estraga-prazer”.
“Quando houver um consenso amplo, o que chamamos de consenso suficiente, a declaração deve ser adotada”, afirmou. “Vamos usar essa nova prática”, completou Ramaphosa, antes de deixar o Rio de Janeiro.
Trata-se de uma estratégia no mínimo engenhosa quando o mundo se prepara para ter à frente da Casa Branca, o Republicano Donald Trump, notadamente negacionista e avesso ao multilateralismo. É claro que os EUA não são a Argentina, e não ter a maior economia do mundo a bordo de um entendimento internacional faz diferença. Mas, na avaliação de Ramaphosa, nenhum país ou voz dissonante fará com o que as nações do G20 retrocedam.
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“Nenhum país pode se considerar um show stopper ou bloquear o progresso para a adoção de declarações”, disse, sem mencioná-los.
O presidente afirmou que o tema do G20 sob comando da África do Sul será solidariedade, equidade e sustentabilidade. Diz que manterá a carga sobre a tributação de bilionários e uso das plataformas digitais e IA com foco nas pessoas e no crescimento econômico. Também manterá o G20 Social, criado pelo Brasil.
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Ainda assim, Ramaphosa se disse ansioso para trabalhar com Trump, a quem convidou para uma visita de Estado à África do Sul. Nem poderia ser diferente, os EUA assumem a presidência do G20 em 2026, logo depois dos sul-africanos, o que significa que farão parte da Troika, junto com a nova presidência e a anterior (Brasil). Ou seja, a partir de janeiro, o G20 será conduzido pelos líderes destes três países. Para o Brasil, isso é interessante, pois é mais um canal de contato aberto com os americanos.