‘Prezo pela união das mulheres no campo’, diz a produtora de soja que cresceu no meio rural

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Foto: Anna Paula Nunes,/Arquivo Pessoal

Com as mãos sujas de terra e o coração no campo desde pequena, a produtora de soja Anna Paula Nunes, de 55 anos, cresceu em meio à rotina de seu pai nas atividades agrícolas e sabia, desde cedo, que sua trajetória seria no meio rural. Com dois filhos, Anna Paula é filha de pais agricultores e hoje lidera a quarta geração da família à frente da propriedade em Boa Esperança do Sul, no interior de São Paulo. ”Eu nasci na fazenda, então sempre soube que meu lugar seria lá”, afirma.

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Plantando história

Há cerca de 15 anos, Anna Paula começou a escrever sua história com a soja. Natural de Araraquara, ela sempre teve o desejo de plantar soja, mas, inicialmente, a sua região não parecia ser propícia para isso. “Sempre tive vontade de plantar soja, mas a minha região não era ideal para isso. Resolvi arriscar e fui pioneira no plantio de soja aqui em Araraquara”, conta ela, com o orgulho de quem fez do impossível uma realidade.

Antes de embarcar na jornada de empreendedora rural, Anna Paula se dedicou aos estudos e se aprofundou no uso de tecnologias agrícolas. “Eu aprendi muito sobre tecnologia antes de começar. O conhecimento sobre como usar a tecnologia na agricultura foi fundamental para a minha história”, diz.

Negócios da família

A sua trajetória no campo começou há mais de 30 anos, quando ela passou a assumir os negócios da família. “Desde pequena, eu ficava na fazenda com meu pai, mas há uns 25, 30 anos, comecei a realmente estar à frente dos negócios”, revela. E como toda história de sucesso, a caminhada não foi fácil. Como mulher no setor agropecuário, ela enfrentou inúmeros desafios, mas o amor pelo que faz sempre foi mais forte. “Quando a gente faz o que ama, os obstáculos parecem menores. Claro, sempre tem desafios, mas a força para continuar vem dessa paixão. Foi isso que me impulsionou”, reflete.

Anna Paula é uma defensora da união no setor agropecuário, especialmente entre as mulheres. “Eu gosto de compartilhar estratégias e ideias com outras mulheres do agro. Acredito muito na força da união entre os produtores e, como mulher, prezo ainda mais pela união das mulheres no campo”, comenta com entusiasmo.

Hoje, ela é responsável pelo cultivo de cerca de 700 hectares de soja na safra de verão e também planta milho, sorgo e girassol na safrinha. Para ela, o uso de tecnologias avançadas é essencial. “Trabalho com tecnologias de plantio direto, que incluem mapeamento de solo, análise de pulverização e colheita. Tudo isso mapeado e com insumos de alta qualidade, como adubo e sementes adaptados ao clima. É uma maneira de garantir que a produção seja cada vez mais eficiente e sustentável”, explica.

O clima como desafio

Apesar de sua trajetória positiva, o clima tem sido um desafio crescente. “O maior obstáculo que enfrento hoje é o clima. Tivemos um ano muito difícil, com poucas chuvas e temperaturas muito altas, o que fez com que nossa produção caísse significativamente”, relata. No entanto, ela acredita que a tecnologia e a inovação são a chave para minimizar os impactos climáticos. “Para superar os desafios impostos pelo clima, é preciso estar sempre à frente, utilizando as novas tecnologias de maquinários e insumos que ajudam as culturas a resistir melhor ao calor e à seca”, afirma.

Ela tem experimentado novas formas de cultivo, com técnicas de plantio direto com outros métodos de manejo, o que tem mostrado bons resultados. “Temos dois tipos de plantio: o plantio direto, mais tecnológico, e o plantio em áreas que exigem um manejo mais rústico. Essa combinação de tecnologias e técnicas tem nos trazido bons resultados, mesmo com o clima desafiador”, diz.

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