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Estudantes que fizeram o Enem e vão concorrer a uma vaga na universidade por meio do Sistema de Seleção Unificada a partir de sexta-feira (17) já vão poder optar pelo Pé-de-Meia Licenciaturas. Foi o que afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana nesta quarta-feira (15).
O Pé-de-Meia voltado a futuros educadores faz parte do Programa Mais Professores para o Brasil, lançado na terça-feira (14). Nos moldes do Pé-de-Meia do Ensino Médio, ele vai apoiar financeiramente o ingresso, permanência e conclusão das licenciaturas por estudantes com alto desempenho no Enem. De acordo com dados do Inep, apenas 3% dos estudantes de 15 anos querem ser professores e o desempenho deles é inferior à média nacional.
No Pé-de-Meia Licenciaturas, o participante recebe mensalmente R$ 1.050 durante o período regular do curso. Desse total, o estudante pode sacar imediatamente R$ 700. Os outros R$ 350 são depositados como poupança e poderão ser sacados após o professor recém-formado ingressar em uma rede pública de ensino dentro de até cinco anos após a conclusão do curso.
O Sisu garante a oportunidade de alunos disputarem vagas em universidades públicas e institutos federais. A seleção é feita com base na média das notas obtidas no Enem, respeitando o limite de vagas disponíveis para cada curso e modalidade de concorrência. A seleção considera as escolhas dos candidatos inscritos, bem como o seu perfil socioeconômico, conforme disposto na Lei de Cotas.
O ministro da Educação explicou que o Programa Mais Professores para o Brasil atende uma demanda dos professores, secretários e secretárias municipais e estaduais de educação.
A iniciativa reúne um conjunto de ações integradas para promover a valorização e a qualificação dos professores da educação básica, assim como o incentivo à docência. Estima-se que o programa vai beneficiar cerca de 50 milhões de educadores e estudantes em todo o país.
Além do Pé-de-Meia Licenciaturas, outra iniciativa do programa é o Bolsa Mais Professores, que vai dar apoio financeiro para incentivar o ingresso de docentes nas redes públicas de ensino da educação básica e aumentar a atuação em regiões com carência docente. A ideia é similar ao Programa Mais Médicos, que leva médicos para regiões em que há escassez ou ausência desses profissionais.
O participante receberá uma bolsa mensal no valor de R$ 2.100, durante dois anos, além do salário do magistério, pago pela rede de ensino que está vinculado. Além disso, durante o período da bolsa, o professor cursa uma pós-graduação com foco em docência. Segundo o ministro, a bolsa deve ser paga a partir de agosto deste ano.
“Tem região que precisa de mais professores de matemática. Aí entra um pouco a lógica do Mais Médicos. Nós vamos pagar uma bolsa de R$ 2.100, além do salário do professor, para aquele professor que é formado em matemática, aquele professor que tem especialidade em física, em biologia. Se ele quiser ir para aquela região, para aquele município, para aquela rede, ele vai receber uma bolsa a mais, além do salário dele, para suprir aquele déficit naquela escola, naquele município, naquele estado. E essa ação pode participar os professores que já estão nas redes municipais e estaduais da educação básica hoje no Brasil”, falou o ministro.
Novidades
Durante o bate-papo com radialistas de várias regiões, Camilo Santana anunciou que no mês que vem começam os pagamentos extras do Pé-de-Meia: o Incentivo-Conclusão, para quem foi aprovado no ano passado – o valor só pode ser retirado da poupança após a formatura no Ensino Médio -, e o Incentivo-Enem, para os estudantes do terceiro ano que comparecerem aos dois dias de aplicação das provas do Enem. Neste caso, o valor pode ser sacado em qualquer momento.
Proibição celulares
Camilo Santana também explicou que a lei que restringe o uso de celulares nas escolas, sancionada nesta semana pelo presidente Lula, atende a uma demanda dos professores das redes pública e particular. O objetivo da lei é, ainda, salvaguardar a saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes, assegurando um ambiente escolar mais saudável e equilibrado.
Segundo ele, o Ministério da Educação (MEC) tem 30 dias para regulamentar a lei para estabelecer como vai funcionar a aplicação, como a forma dos estudantes guardarem os aparelhos (uso de lockers ou desligados dentro das mochilas, por exemplo).
Camilo Santana explicou que a restrição também vale para o recreio e intervalos das aulas. “Faz parte também do processo pedagógico a socialização das pessoas na escola. As pessoas perderam o hábito de brincar, de jogar bola, todos aqueles jogos, aquela coisa lúdica que tem. As pessoas hoje ficam no celular no recreio, cada um jogando, às vezes você do lado do outro jogando dentro de um celular”, disse o ministro, lembrando que estudos apontam o Brasil como o segundo país do mundo em que a população mais acessa as redes sociais, com média de mais de nove horas por dia.
O ministro também citou uma pesquisa do instituto Datafolha e da Fudação Alana que aponta que a maioria dos brasileiros com filhos de até 17 anos dizem acreditar que crianças de menos de 14 anos não deveriam ter celular ou tablet próprio. “Quem é o pai e quem é a mãe que quer que o seu filho passe o tempo todo no equipamento?”, perguntou o ministro.
No entanto, Camilo Santana explicou que a restrição do uso de celulares e tablets não inibe o investimento em conectividade com fins pedagógicos nas escolas. Um exemplo é a Estratégia Nacional Escola Conectada, que já investiu mais de R$ 8 bilhões em estrutura para garantir energia elétrica e internet de qualidade nas escolas públicas, principalmente nas regiões mais afastadas e áreas rurais.
Ele também apontou a oferta de cursos para a formação digital de professores e a Política Nacional de Educação Digital, com objetivo de criar uma cidadania digital.
Fonte: Agência Gov