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Ana Paula Lima, Carlito Merss e Pedro Uczai
Não pode ser apenas coincidência: em três das principais cidades catarinenses os candidatos a prefeito do PT são líderes isolados em rejeição (em quem o entrevistado não votaria). O que chama mais a atenção é que dois deles são deputados federais com expressivas votações em suas cidades e que, segundo as pesquisas, em 6 de outubro estão com remotas chances de vitória. O elevado percentual de rejeição dos deputados federais Ana Paula Lima e Pedro Uczai, somados ao do ex-deputado federal Carlito Merss em Joinville, com certeza é um indício de um futuro fracasso eleitoral do PT em 2026, em cujas eleições os partidos de direita – sobretudo PL e PSD – deverão ser favoritos em eleger os dois senadores. Sem mencionar que, qualquer candidato que seja, o PT dificilmente repetirá a presença no segundo turno na eleição para governador pela segunda vez.
Rejeição ao PT
Por suas biografias na vida pública, conclui-se como indiscutível que Ana Paula Lima, Pedro Uczai e Carlito Merss não merecem tamanha rejeição nas disputas em Blumenau, Chapecó e Joinville. Tal elevado índice de rejeição só pode ser atribuído ao seu partido e, por consequência, ao seu líder maior em Santa Catarina. Em Chapecó, onde foi o segundo mais votado deputado federal com 21.763 votos, Pedro Uczai tem 71,6% de rejeição e amarga 11,1% de intenções de voto contra 79,6% de João Rodrigues (PSD). Em Blumenau, onde foi a deputada federal mais votada em 2022 com 24.501 votos, Ana Paula Lima tem 63,6% de rejeição. Em Joinville, cidade que foi prefeito, o ex-deputado Carlito Merss tem 60,7% de rejeição e disputa o segundo lugar nas pesquisas com Sargento Lima (PL), ambos bem distantes do líder das pesquisas.
Disputa entre Joinville e Chapecó
Na maior e mais importante cidade catarinense situada na extensa área com mais de 80 km do litoral, Chapecó disputa com Joinville aquela que poderá ser a vitória mais contundente em 6 de outubro, segundo as últimas pesquisas registradas no TRE/SC. Todas indicam vitória de João Rodrigues (PSD) e Adriano Silva (NOVO) no primeiro turno, com percentuais acima de 60%. Ambos serão protagonistas em 2026? Adriano antecipa que vai cumprir os quatro anos (caso vença em Joinville), mas conseguirá resistir a pressão de lideranças de seu partido para concorrer ao Senado?
Distribuição do fundo eleitoral do PL em Santa Catarina
Dependendo dos resultados, o diretório nacional do PL deverá ser muito cobrado sobre o critério adotado em Santa Catarina para distribuição dos recursos do fundo eleitoral. Por que o candidato a prefeito de Joinville foi contemplado com R$ 4 milhões? Mais que o triplo recebido por cada um dos outros. O segundo candidato que mais recebeu verbas do diretório nacional do PL nem sequer é filiado ao partido. Topázio de Florianópolis é filiado ao PSD, mas recebeu do PL R$ 1.850.000,00 porque seu vice é da sigla. Nas disputas mais acirradas do PL, o candidato de Criciúma Ricardo Guidi recebeu R$ 1.060.000,00 e Peeter Grando de Balneário Camboriú R$ 1.500.000,00. Na região Norte, Edson Junkes de Jaraguá do Sul recebeu R$ 300 mil, enquanto Tomazin de São Bento do Sul R$ 749.459,00. Por que o diretório de São Bento do Sul recebeu menos do que a metade de Jaraguá do Sul?
PP lidera pesquisa em Barra Velha
Tiago Pinheiro. Foto: Divulgação
Um dos poucos municípios onde o partido é favorito, Tiago Pinheiro (PP) lidera a mais recente pesquisa eleitoral à prefeitura de Balneário Barra Velha com 37,3%. Seu principal adversário é o prefeito interino Daniel Cunha (PSD) com 26,3% na pesquisa estimulada. Indecisos 9,7% e nulos 6,9%. Bismark Fugazza (ex-canal Hipócritas) com 8,5% e Afrânio Luiz (NOVO) com 8%. Genésio Adolfo do PT (em aliança com o PSOL) foi lembrado por 2,8%. Sobre rejeição, Bismark lidera com 18 % e o prefeito Daniel Cunha tem 15%. O líder Tiago Pinheiro tem 11,5%. Trabalho de DNA Pesquisas feito entre os dias 25 e 27 de setembro com 400 entrevistas e registrada no TRE/SC sob o número 05677/2024.
Mudança de candidato
Mário de Souza Leal é presidente do Sindicato dos Radialistas de Joinville e Região e, até poucos dias, exercia o segundo cargo de maior remuneração na diretoria de comunicação da Câmara de Vereadores de Joinville. Antes, esteve lotado no gabinete do deputado estadual Maurício Peixer (PL), que o nomeou para o novo cargo quando retornou à Câmara de Vereadores. Surpreendentemente, até mesmo para seus amigos, Marinho deixou o cargo de R$ 13 mil mensais para apoiar o candidato a vereador Rodrigo Fachini (MDB), a ponto de incluir o número dele em sua foto nos perfis de suas redes sociais. Ele atendeu um pedido de seu amigo Mazinho Schulz, presidente do sindicato dos comerciários e da CGT/SC, da qual é integrante.
Candidatos apoiados pelo prefeito
O partido NOVO distribuiu material nas redes sociais apontando os “candidatos apoiados pelo prefeito Adriano Silva”, mas somente divulgando os candidatos da sigla. Na eleição de 2020, Adriano realmente apoiou os candidatos de seu partido porque disputou com chapa pura. Nesta campanha de reeleição, o prefeito não está apoiando apenas os candidatos de sua sigla (NOVO), mas todos os que integram a extensa coligação: PSD, União Brasil, Republicanos e a federação PSDB/ Cidadania. Aliás, os candidatos destes partidos veiculam com demasiada frequência áudio e vídeo do apoio do prefeito em suas redes sociais.
Hospedagem em Itapoá
Será que o governador Jorginho Mello (PL) foi alertado sobre o dono do hotel que se hospedou há uma semana em sua última passagem por Itapoá? Ele pernoitou no Vila Aguamar Hotel Ltda, registrado em nome de Micherli Lenzi Neuber desde o início de 2022. Ela é esposa do ex-prefeito Marlon Neuber, filiado ao PL.
Réu confesso
Neuber foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral em agosto deste ano depois de ter renunciado em julho de 2023. Ele foi um dos principais 15 prefeitos denunciados por corrupção na “Operação Mensageiro”. Preso em dezembro de 2022, o ex-prefeito de Itapoá “admitiu em audiência ter recebido cerca de R$ 460 mil em propina da empresa Serrana Engenharia”, segundo matéria do portal NSC de 3 de julho de 2023.