Um dos passageiros a bordo do submarino que desapareceu durante mergulho com destino aos destroços do Titanic é Stockton Rush, CEO e fundador da OceanGate, empresa turística responsável pela viagem.

O submersível “Titan” começou sua descida no domingo (18) de manhã, mas perdeu contato com a tripulação do Polar Prince, o navio de apoio que transportou a embarcação até o local onde ficam os destroços do naufrágio, 1h e 45 minutos após a descida, segundo autoridades.

As buscas pelo submarino continuam nesta terça-feira (20). De acordo com a Guarda Costeira, a embarcação teria uma quantidade de “ar respirável” suficiente para durar até a manhã de quinta-feira (22).

Cinco pessoas estão a bordo do “Titan”. Além de Stockton Rush, estão no submarino o empresário britânico Hamish Harding, o bilionário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Sulaiman Dawood, além do mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet.

Stockton Rush é CEO e fundador da OceanGate Inc. Ele fundou a empresa em 2009 e, hoje, supervisiona as estratégias financeiras e de engenharia.

A OceanGate é líder no fornecimento de submersíveis tripulados. O “Titan” é, tecnicamente, um submersível, e não um submarino, como popularmente está sendo chamado.

Ao contrário dos submarinos, um submersível precisa de uma nave-mãe para lançá-lo. Um submarino também pode ficar debaixo d’água por muito mais tempo, enquanto os submersíveis têm muito menos reservas de energia, de acordo com a própria OceanGate.

Segundo sua biografia disponível no site da empresa, Rush se tornou o piloto de aeronaves a jato mais jovem do mundo em 1981, aos 19 anos de idade, após obter sua classificação DC-8 Type/Captain no United Airlines Jet Training Institute.

Ele também teria supervisionado o desenvolvimento de vários empreendimentos. Teria sido membro do Conselho de Administração da BlueView Technologies de Seattle, fabricante de pequenos sistemas de sonar de alta frequência, membro do conselho da Entomo, uma desenvolvedora de software empresarial, e presidente da Remote Control Technology, fabricante de dispositivos de controle remoto sem fio.

Aos 27 anos, segundo sua biografia, ele construiu uma aeronave experimental Glasair III e depois um submersível Kittredge K-350 para duas pessoas com diversas modificações, ambos teriam funcionado bem.

Especialistas estavam preocupados com abordagem “experimental” da OceanGate desde 2018

O Comitê de Veículos Subaquáticos Tripulados da Marine Technology Society escreveu uma carta ao CEO da OceanGate, Stockton Rush, em 2018, informou o New York Times nesta terça-feira (20).

“Nossa apreensão é que a atual abordagem ‘experimental’ adotada pela Oceangate possa resultar em resultados negativos (de menores a catastróficos) que teriam sérias consequências para todos na indústria”, diz a carta obtida pelo New York Times.

No texto, o comitê expressa, especificamente, preocupação com a conformidade da empresa em relação a uma certificação de avaliação de risco marítimo conhecida como DNV-GL.

“Seu material de marketing anuncia que o design do ‘TITAN’ atenderá ou excederá os padrões de segurança DNV-GL, mas não parece que a Oceangate tenha a intenção de seguir as regras da classe DNV-GL”, disse a carta.

Os padrões de segurança DNV-GL citados na carta se referem a empresa (que recentemente simplificou o nome para DNV) reconhecida mundialmente como consultora da indústria marítima, que oferece testes, certificação e serviços de consultoria técnica.

Os líderes do comitê escreveram que retratar o Titã dessa maneira é enganoso para o público e “viola um código de conduta profissional de todo o setor que todos nos esforçamos para defender”.

A OceanGate não respondeu a um pedido de comentário sobre a carta.

*Publicado por Fernanda Pinotti, com informações de Elizabeth Hartfield, da CNN