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A cerimônia de reativação das sinetas ocorreu na tarde desta quinta-feira (3); o serviço integra o projeto de preservação do símbolo religioso e turístico, que conta com apoio do GDF atuando nas manutenções
Quando o relógio indicou as seis horas da tarde desta quinta-feira (3), foi possível ouvir pela primeira vez desde 2018 o soar das badaladas dos sinos de bronze da Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida anunciando o horário da oração Angelus, que relembra a anunciação do Anjo Gabriel à Virgem Maria. O ato marcou a reativação das sinetas que passaram por benfeitorias, com a troca do badalo, a restauração da parte elétrica na área superior do campanário e a implantação de um sistema de automatização dos sinos, para substituir o original.
A reinauguração do símbolo ocorreu com uma cerimônia em frente ao campanário com a presença do governador Ibaneis Rocha, da primeira-dama do DF Mayara Noronha Rocha e de outras autoridades locais. Na ocasião, o líder do Executivo destacou o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) às igrejas e templos religiosos e, especificamente, à Catedral.
A reinauguração do símbolo ocorreu com uma cerimônia em frente ao campanário com a presença do governador Ibaneis Rocha, da primeira-dama do DF Mayara Noronha Rocha e de outras autoridades locais | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília
“Quando assumimos o Governo do Distrito Federal em 2019, nós fizemos uma reconciliação do governo com as igrejas e avançamos muito. Criamos programas aprovados pela CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal) que permitiram a regularização de inúmeros templos, dando paz a todos aqueles que querem professar sua religião. Temos feito um trabalho de reconstrução, por isso, para nós é uma alegria muito grande poder ouvir mais uma vez os sinos da capital”, destacou Ibaneis Rocha.
O reitor da Catedral, o padre Agenor Vieira, reforçou o papel do GDF na conservação do espaço. “O GDF tem sido muito importante. É um governo que tem estado perto da igreja e da Catedral, que é esse símbolo nacional. O governador e as demais autoridades têm nos ajudado com a manutenção do que é possível. Tivemos recentemente a limpeza da igreja”, lembrou.
Entre os trabalhos que foram executados pelo GDF, por meio da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) em parceria com o GDF Presente, estão a limpeza dos vitrais e das estátuas dos evangelistas, a lavagem do estacionamento e da parte da entrada da Catedral e a coleta de lixo em toda a área ao redor do monumento.
Francisco Gomes, autônomo: “É interessante ter essa reinauguração após tanto tempo parado”
“A Novacap tem dado apoio à Catedral. Fizemos a lavagem dos vitrais e vamos entrar na semana que vem fazendo a limpeza dos espelhos d’água. Cuidamos de todas as calçadas aqui da Esplanada dos Ministérios, inclusive da frente da Catedral, para que a gente possa dar mais conforto aos turistas e aos religiosos que visitam esse monumento”, exemplificou o governador Ibaneis Rocha.
Badalar dos sinos
Com a conclusão dos serviços de restauro no campanário, os sinos voltaram a tocar diariamente às 6h, 12h e 18h no chamado horário Angelus e três minutos antes das missas para o chamamentos dos fiéis, além disso eles também poderão ser acionados em cortejos e situações fúnebres.
O empresário Luiz Guilherme Ribeiro Guedes, 22 anos, estava empolgado com a novidade. Natural de São Paulo, desde que se mudou para Brasília, ele nunca tinha presenciado os sinos da Catedral em funcionamento. “Foi um dos primeiros pontos turísticos que eu conheci quando vim para cá. É a igreja mais bonita que já entrei na minha vida, posso dizer isso com certeza. Na cidade em que eu morava, tinha um sino que tocava toda manhã, na hora do almoço e à tarde e era um símbolo da cidade, acho que aqui também vai passar a ser”, defendeu. “Pode ser um ponto de referência para as pessoas por causa do horário”, acrescentou.
O empresário Luiz Guilherme Ribeiro Guedes estava empolgado com a novidade
De passagem por Brasília, o autônomo Francisco Gomes, 67 anos, estava visitando a igreja quando ficou sabendo da inauguração dos sinos. “Vim visitar a Catedral e no caso me contaram que vai ter a reativação dos sinos. Então quero ver como vai ser. É interessante ter essa reinauguração após tanto tempo parado”, avaliou.
Projeto Catedral 60 anos
A manutenção dos sinos foi feita após uma doação do Escritório de Taiwan no Brasil, por meio do representante Benito Liao, que contou que ao ficar ciente da danificação dos sinos, se sensibilizou e levou a demanda para o seu país. “Solicitei ao nosso governo que contribuísse com a restauração e fui prontamente atendido. Acredito que daqui em diante todos poderão novamente ouvir os sinos ecoando pela Esplanada dos Ministérios em Brasília”, comentou.
A obra faz parte do projeto Catedral 60 anos, que visa preservar um dos principais símbolos religiosos e turísticos do Distrito Federal com ações até 2030. “O marco de hoje faz parte do nosso projeto para quando a Catedral fará 60, em 2023. Nós precisamos trazer melhorias para o monumento, que, com o passar dos anos, tem se deteriorado. Essa é a primeira obra executada e queremos dar continuidade a esse projeto”, revelou o reitor da Catedral, padre Agenor Vieira.
As próximas ações previstas do projeto são os ajustes nos vidros externos, a impermeabilização para o retorno do espelho d’água e a renovação do sistema de iluminação. No total, deverão ser investidos R$ 54 milhões oriundos de apoios de parceiros. Deste valor, R$ 5 milhões serão cedidos pela Vale e R$ 2 milhões serão provenientes de recursos da Câmara Legislativa do DF.
História
Os sinos da Catedral de Brasília foram construídos em 1962 e doados pelo governo da Espanha em 1970. Eles foram batizados de Santa Maria, Nina, Pinta e Pilarica. Os três maiores lembram as caravelas de Cristóvão Colombo na descoberta da América, já o menor, é uma homenagem a Nossa Senhora do Pilar.
Feitos de bronze, os sinos pesam entre 700 e 3.200 kg, e estão suspensos a 20 metros de altura pelo campanário, uma torre com uma estrutura de concreto e ferro criada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurada em 1977, por D. José Newton de Almeida Baptista, então Arcebispo de Brasília.
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