Vitória intensifica campanha pelo combate à exploração sexual infantil

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Colorida de amarelo e laranja e florida com gérberas, em uma representação de que a cidade está atuando no combate ao abuso e a exploração sexual contra crianças e adolescentes, Vitória segue firme nas ações em prol desta causa. Pontos como as praças de Eucalipto, localizada em Maruípe, e a de Itararé, receberam acolhidos e trabalhadores da rede socioassistencial e intersetorial da capital, quese uniram numa grande mobilização para pedir o engajamento na luta.

Em Maruípe, mais de 100 pessoas entre crianças e adolescentes do Centro de Convivência do Bonfim e do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos /Projovem de Maruípe, e profissionais do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e do Especializado de Assistência Social (Creas) de Maruípe, do Alojamento Provisório de Famílias, das Escolas Municipais de Ensino Fundamental Otacílio Lomba e Suzet Cuendet, da Unidade de Saúde de Bonfim, da Organização da Sociedade Civil Albergue Martim Lutero e alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Segundo a coordenadora do Cras Maruípe, Daniela Colatto, a ampla participação dos usuários dos espaços se deve a articulação da rede socioassistencial que provocou uma onda que chegou até a rede intersetorial que se uniu nesse trabalho. “A gente acredita que nossas campanhas têm surtido efeito, que a redução dos casos e aumento das denúncias são consequências desses movimentos” disse a coordenadora.

Para as adolescentes Lara Pereira, de 15 anos, Maria Izabel Silva, 14, e Ana Beatriz Ribeiro, 16, que participam de atividades do Projovem Maruípe, ações dessa natureza são importantes para que crianças e adolescentes saibam dos seus direitos e como se proteger e denunciar. Ao serem questionadas sobre quais são os direitos dessa parcela da população, a adolescente Lara saiu na frente afirmando: “Crianças e adolescentes tem direito de estudar, de serem respeitados e viver sem violência”.

Diante da desenvoltura da adolescente querer saber qual conselho daria para outras adolescentes, Lara fez questão de afirmar que não tinha conhecimento de nenhum caso de crianças ou adolescentes que estivesse sendo vítimas de violência, mas que tinha consciência que estas situações acontecem em algumas famílias. “Meu conselho para elas é denunciem. Não se calem. Busquem ajuda. Vão a delegacia ou procurem alguém de confiança na escola, no Cajun (atualmente identificado como Centro de Convivência) ou Projovem”, disse ela.

Na praça de Itararé, a ação ficou concentrada na feira livre, que funciona no local, com entrega de flores e panfletagem em alusão ao dia 18 de Maio. A coordenadora do Centro de Convivência para Crianças e Adolescentes de Engenharia/Itararé, Katiucia Santana Azevedo, contou que a mobilização reuniu trabalhadores e usuários(as), também, do Centro de Convivência de Itararé, Cras Itararé, Creas Bento Ferreira e da Casa Rosa.

Ao ser abordada pelas equipes e receber um panfleto explicativo sobre a ação, a dona de casa Andrea Ferreira Voskanian, 58, que estava na feira durante a manhã, disse que esse tipo de atividade é muito importante para a proteção das crianças e adolescentes.

Para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, a data representa o quanto poder público e sociedade civil precisam unir para efetivamente criar uma Rede de Proteção às crianças e adolescentes da cidade. “É nessa união que poderemos alcançar para dentro das casas, na rua, nas unidades públicas a garantia de proteção à infância”.

Aracelli

Dia 18 de maio foi escolhido porque, em 1973, Araceli, então com 8 anos, moradora de Vitória, foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada. Seu corpo apareceu seis dias depois, carbonizado e os seus agressores nunca foram punidos.
Com a repercussão do caso, e forte mobilização do movimento em defesa dos direitos das crianças e adolescentes, 18 de maio foi instituído pela Lei nº 9.970/2.000, como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Desde então, esse se tornou o dia para que a população brasileira se uma e se manifeste contra esse tipo de violência.

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